De papo para o ar: o dinheiro cresce sozinho?

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De papo para o ar: o dinheiro cresce sozinho?

Árvore das patacas diz alguma coisa aí em casa? Apostamos que toda a gente gostava de ter uma.... É que parece que esta planta em vez de dar frutos dá dinheiro! A parte verdadeira desta história é que a árvore existe mesmo – chama-se Dillenia Indica – e tem a particularidade de, quando as suas flores se transformam em frutos, as suas pétalas se fecharem sobre o centro, podendo ficar retidos pequenos objetos no seu interior. A partir daqui entra a lenda. Diz-se que D. Pedro I tinha por hábito esconder patacas (uma moeda que existiu em Macau, em Timor e no Brasil) nestas flores e assim, quando os frutos estavam maduros, mostrava a toda a gente o dinheiro lá dentro!

Que se saiba não há muita gente com árvores das patacas no jardim e tão pouco se ouviu falar de alguém que tenha encontrado fruta com moedas lá escondidas. Por isso, a verdade é que não, o dinheiro não cresce sozinho nas árvores. A parte boa é que pode crescer na conta se lhe dermos uma ajudinha...

A esta ajuda chama-se investimento. Comece por explicar aos miúdos que o investimento é feito com o dinheiro que temos de parte – ou seja, aquele que não precisamos para gastar com as coisas do dia a dia – e que podemos usar para aplicar em algo que, a longo prazo, dá frutos – como a famosa árvore das patacas.

É possível, por exemplo, “comprar” uma parte de uma empresa que precisa do nosso dinheiro para crescer e, em troca, tornarmo-nos um bocadinho donos dela. Neste caso estamos a falar de investimento em ações. Explique-lhes ainda que se, por exemplo, tivermos ações num negócio de sumos, e se ele vender muito e crescer, recebemos também a nossa parte desse crescimento.

Convém também lembrar que uma empresa pode vender muito agora e menos daqui a uns tempos. Por isso, há algum risco envolvido. Para o minorar convém diversificar o investimento. Ou seja, em vez de se aplicar o nosso dinheiro só em sumos, pode colocar-se uma parte também em gelados e outra em bolas de Berlim! Além disso, como este investimento é para dar frutos a longo prazo, há tempo para ver as nossas ações crescerem ou até recuperarem, depois de perderem algum do seu valor.

Para porem as mãos na massa em família e mostrar aos mais pequenos como é na vida real, vejam juntos as empresas cotadas em Bolsa e peça-lhes para escolherem em quais gostariam de aplicar o seu dinheiro. De tempos em tempos, verifiquem como se estão a sair essas ações. Será que o dinheiro já cresceu?

Outra alternativa é, em vez de se comprar parte de uma empresa – como fazemos quando temos ações – emprestar o nosso dinheiro a um negócio, para que possa continuar a expandir-se. Em contrapartida recebemos juros desse nosso “empréstimo”. A isto chama-se investimento em títulos financeiros. E tanto se aplica a empresas como ao Estado. Apesar de podermos não ver o nosso dinheiro multiplicar-se tão depressa, a vantagem é que o risco também é menor. Isto é sempre algo a ter em conta.

Finalmente, há ainda a possibilidade de – em vez de se guardar o dinheiro que não precisamos numa gavetinha lá de casa – pedir ao banco que o guarde por nós, num cofre muito seguro. É a chamada conta poupança. Depois de alguns anos, o nosso dinheiro vai crescer conforme a taxa de juro aplicada. A parte boa é que com esta solução vamos encontrar sempre o dinheiro que colocámos no banco. Com a vantagem extra de ainda aumentar enquanto está lá guardado. Portanto, de certa forma, pode dizer-se que sim, o dinheiro cresce sozinho. Só não cresce é numa árvore!

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