Como disse? Quando as palavras importam

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Como disse? Quando as palavras importam

Os miúdos aprendem por imitação. E a linguagem – seja ela verbal ou não – importa e muito.

É frequente ver associado o dinheiro, os gastos ou as contas a algo negativo, que parece que acontece como castigo ou casuisticamente. Como adultos sabemos que não é assim, mas as crianças podem não perceber bem a diferença entre o que ouvem e a realidade.

Expressões como “dinheiro curto até ao fim do mês”, “dinheiro que não chega para as contas” ou “contas que nunca mais acabam” podem estar presentes no discurso e dar a sensação aos mais pequenos de insegurança, de alguma coisa que não está bem ou de que o bem-estar da família pode não estar assegurado. Quando, muitas vezes, não passa de um desabado de quem gere as finanças familiares.

Mas como o discurso importa, vale a pena rever estas e outras expressões, mostrando aos mais pequenos que pagar as contas é algo natural. Estamos, na verdade, a pagar por um serviço que nos foi prestado – água, luz, gás, televisão ou telefone – e, por isso, há que o fazer atempadamente. Daí a importância de termos dinheiro separado para as contas do dia a dia. O mesmo se passa com o orçamento que é preciso gerir para cobrir as necessidades da família durante todo o mês e ainda sobrar para o “bolo” das poupanças familiares e/ou dos investimentos no futuro.

Explique aos mais pequenos que também os adultos têm os seus mealheiros – no banco – e que, no início do mês, dividem o dinheiro para o “porquinho” dos gastos quotidianos, das poupanças e da solidariedade. Os mesmos que os mais pequenos devem ter em versão física. Assim, conseguem compreender melhor o que é a gestão de um orçamento familiar e que mesmo quando surgem surpresas – um eletrodoméstico ou um telemóvel que se avaria – podemos ir ao mealheiro da poupança resolver esse percalço, sem pôr em causa os restantes “porquinhos”. Afinal contas planeadas, dão sempre certo!

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