A compra da 1ª casa, seja nova ou usada, é sempre uma tarefa complicada e stressante. Por
isso, deixamos aqui algumas dicas que deves ter em consideração.
Qualidade
A casa que gostas até pode ser bonita, mas será que é de boa qualidade? Pode ser
difícil de avaliar para ti, por isso, nada melhor do que estares rodeado de alguém com
mais experiência. A qualidade de construção do imóvel, como os materiais
utilizados, as canalizações e esgotos, as instalações elétricas,
o isolamento térmico e acústico, os acabamentos, etc., são aspetos muito
importantes a ter em conta, não só para a futura valorização do
imóvel, mas também para o momento da sua avaliação (por parte do banco
que te irá financiar). Às vezes a beleza não é tudo.
Localização
Achas que encontraste a casa dos teus sonhos, mas não existem transportes públicos na
zona? Este é um aspeto muito importante a considerar quando estás à procura de
casa: a proximidade atual ou futura de rede de transportes, de creches, escolas, centros de
saúde, estabelecimentos comerciais, espaços verdes, etc. Tem em conta também
eventuais planos de urbanização previstos para a zona, o grau de
poluição e de ruído do local, exposição solar da casa, etc. As
Câmaras Municipais ou Juntas de Freguesia poderão fornecer-te importantes
informações sobre a zona onde pretendes comprar casa.
Preço
Analisa a razoabilidade do preço pedido pela casa face aos valores de transação
efetivamente praticados no mercado/zona. Se os valores forem muito distintos, alguma coisa se passa,
e deves investigar. Um indicador de que o preço pode estar desfasado é o facto de a
casa estar à venda há muito tempo.
Hoje em dia já existem portais onde podes consultar os preços médios praticados
por m2, por zona.
Atenta na documentação da casa
Já numa fase mais adiantada, verifica as condições da casa, em termos
contratuais. Não quererás ter uma surpresa futura com questões
burocráticas. Pede toda a documentação atualizada do imóvel, como a
Caderneta Predial Urbana e a Certidão Permanente e se tiveres dúvidas esclarece com os
atuais proprietários. Igualmente importante é perceber como funciona o
condomínio e se há dívidas de condóminos.
Poupanças
Uma dica que não deves ignorar nos dias que correm é a necessidade de teres
poupança para dares como entrada. Os Bancos não fazem empréstimos a 100% do
preço da casa e, além disso, há que ter em consideração que
existem outras despesas associadas à compra de uma casa, como os impostos sobre a
transação, o custo da escritura e registo predial e algumas comissões
associadas ao próprio empréstimo. Portanto, antes de pedir o empréstimo
é aconselhável teres uma poupança entre 15% e 20% do preço total da casa
que queres comprar.
Não fiques só pelo valor que aparece no anúncio
Há mais custos com a compra de uma casa, para além do imóvel em si. Se a casa
estiver em mau estado, é sinal que vai precisar de obras e terás de investir mais para
a casa ficar habitável. Mas também há outros pormenores como os preços
que tens a pagar pela documentação, como a escritura ou os registos prediais, que
ascendem a umas centenas de euros.
Adicionalmente, também tens vários impostos a pagar, dos quais o mais importante
é o IMT ou Imposto Municipal sobre a Transmissão Onerosa de Imóveis, que
é um imposto pago sempre que existe uma mudança de proprietário de um
imóvel. Informa-te online no portal das finanças ou junto da tua
repartição sobre o IMT e o valor a pagar, uma vez que esta taxa de imposto varia entre
1% e 8% consoante o valor do imóvel.
Emprego
Ter uma situação profissional estável não é apenas uma
condição exigida pelo banco, é também um aspeto que deves ter em conta
para tua segurança. Um crédito habitação vai constituir uma despesa
muito importante, ao longo de vários anos da tua vida. E teres um trabalho estável
é um bom começo para garantires que terás condições para cumprir
o seu pagamento.
Comparar
Outra dica que deves ter em consideração é comparar todas as propostas, mesmo
simulações efetuadas pelo mesmo banco. Porquê? Porque existem muitas
diferenças entre um produto hipotecário e outro. Assim, comparando tudo com todo o
cuidado, será mais fácil descobrires qual a solução que melhor se adequa
ao teu perfil. E não te esqueças: a TAEG e o MTIC, ao refletirem os custos totais do
crédito, devem ser os principais elementos utilizados para comparar propostas de
crédito.