A transição para um mundo mais sustentável é um assunto
que diz respeito a todos nós.
Enquanto Banco, temos um papel fundamental em apoiar esta transformação.
Com certeza que já ouviste falar do Acordo de
Paris. E da Agenda 2030. Estes compromissos
públicos, estabelecidos em 2015, definem os objetivos mundiais relacionados com a
proteção ambiental, a inclusão social e o crescimento económico em prol
de um mundo mais sustentável e inclusivo. Para serem bem-sucedidos, estes objetivos
terão de ser alcançados pelos vários países que se comprometeram a tal,
ou seja, mais de 190 países entre os quais se encontra Portugal.
O Acordo de Paris
Assinado em 2015, o Acordo de Paris define o compromisso
de combater o aquecimento global,
limitando-o bem abaixo dos 2ºC face aos níveis pré-industriais, através,
nomeadamente, da redução da emissão de gases que provocam o efeito de estufa. A
este processo dá-se o nome de descarbonização.
Os Gases com Efeito de Estufa (GEE), como é o caso
do dióxido de carbono, do metano e
do dióxido de azoto, entre outros - são responsáveis pelas
alterações climáticas e, por conseguinte, pelos eventos climáticos
extremos que temos vindo a presenciar nos vários cantos do mundo, como é o caso das
ondas de calor, das cheias e dos furacões.
Assim, garantir o equilíbrio planetário, a
biodiversidade e a saúde e
segurança das populações, implica reduzir as emissões destes gases
poluentes. Isto pode ser feito através do reforço da utilização de
energia renovável, em detrimento das energias de origem fóssil, da
utilização mais eficiente de recursos naturais e da redução do
desperdício e do consumo de materiais, como o papel e o plástico.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
No mesmo ano em que o Acordo de Paris foi ratificado
surgiram os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, parte central da Agenda 2030 definida pela Organização das
Nações Unidas (ONU). Estes objetivos constituem o maior compromisso mundial para
melhorar a qualidade de vida da população do ponto de vista ambiental, social e
económico até 2030.
A Agenda 2030 é constituída por 17
objetivos mundiais, materializados em 169 metas e
cujo progresso é avaliado com base em 232 indicadores. Têm como objetivo combater os
grandes desafios que a humanidade enfrenta no século XXI, tanto em países
desenvolvidos como em desenvolvimento, e que incluem a pobreza extrema, a fome, a desigualdade no
acesso à educação e a desigualdade de género, bem como a perda de
biodiversidade e as alterações climáticas, entre outros.
Até 2030, os 193 países terão de reportar de forma contínua o seu
desempenho ao nível de cada uma destas metas e, para que haja progresso, todo os agentes
económicos, incluindo os governos, as organizações e as pessoas individuais,
têm um papel importante a desempenhar.
O papel das empresas
As empresas são cada vez mais pressionadas pela sociedade para adotarem práticas mais
sustentáveis que não prejudiquem o meio ambiente e que tenham um impacto positivo na
sociedade. Por um lado, os consumidores procuram hábitos de consumo e produtos mais
sustentáveis, requerendo uma transformação na forma como as empresas produzem e
se relacionam com os clientes. Por outro lado, os investidores e os reguladores, requerem que estas
divulguem o seu desempenho em matéria de sustentabilidade de forma mais transparente e
regular, e que sejam responsabilizadas pelos impactos negativos que têm.
Mas também as próprias empresas, e os seus colaboradores, estão cada vez mais
conscientes do papel fundamental que têm na criação de valor para todas as
partes envolvidas – acionistas, clientes, colaboradores, fornecedores e comunidade em geral.
De facto, cada vez mais organizações rejeitam a ideia de que a criação
de lucro é a sua primeira e única prioridade, passando a dar igual importância
ao seu impacto na sociedade e no ambiente.
Neste contexto, o Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, bem como
outros compromissos regionais e nacionais, têm servido de linhas orientadoras para a
definição de novas estratégias e modelos de negócio mais
responsáveis. Em particular, as empresas definem cada vez mais metas de sustentabilidade
alinhadas com estes compromissos públicos em temas como a descarbonização, a
redução das desigualdades, as boas práticas laborais, e a igualdade de
género.
O papel dos bancos
Apoiar a transição sustentável da Sociedade e dos Clientes
Uma das principais medidas tomadas pelos bancos para reduzir o impacto negativo da sua atividade de
financiamento, passa pela implementação de políticas que excluem, ou
restringem, o financiamento aos setores mais poluentes e a empresas que desrespeitem os direitos
humanos. Assim, a aprovação de um empréstimo requer a análise de riscos
e impactos ambientais, sociais e económicos do negócio e da atuação da
empresa a ser financiada de modo a garantir que o banco não está a financiar uma
atividade que vai contra os objetivos de sustentabilidade.
Em paralelo, com o objetivo de maximizar o impacto positivo do seu financiamento, os bancos tendem a
procurar oportunidades de negócio em atividades verdes relacionadas com a
produção de energias renováveis ou com a economia circular. Por exemplo, um
banco pode financiar um projeto de construção de um parque eólico e, desta
forma, ter um impacto positivo no ambiente através da sua atividade bancária.
Também internamente, os bancos, tal como outras empresas financeiras e não-financeiras,
adotam práticas mais sustentáveis nas suas operações diárias. O
uso da fatura digital é um bom exemplo disso. Ao trocar o papel e as cartas dos extratos pelo
extrato digital, poupam-se toneladas de papel todos os anos. Nas instalações dos
bancos são ainda implementados sistemas de iluminação mais amigos do ambiente e
soluções de energias renováveis. São passos que ajudam a tornar as
instituições mais sustentáveis.
Impulsionar o impacto social e promover a inclusão social
O papel de cada um de nós
O ano de 2020 marcou o início da chamada “Década de Ação”.
Pouco menos de 10 anos nos separam do ano de 2030: a data-limite estabelecida para o alcance das
metas do Acordo de Paris e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Tendo em conta que
ainda estamos longe de as alcançar, e que são necessários esforços
conjuntos, a Organização das Nações Unidas defende que o progresso tem
de ser acelerado em prol de um mundo mais sustentável. Para isso, os governos, as empresas e
a sociedade civil, mas também as escolas, as universidades e os jovens, são chamados a
agir.
Para além das iniciativas privadas e do incentivo à adoção de modelos de
negócio mais responsáveis, a consciência social e ambiental só ganha
sentido, e só tem impacto, se todos colaborarmos. Com pequenas ações no nosso
quotidiano, como as ações que já partilhámos contigo no artigo de
sustentabilidade e poupança, podemos transformar o mundo para melhor e ajudar a acelerar a
concretização dos compromissos mundiais.